As dez dúvidas mais frequentes sobre custo de vida no Canadá


Você sabe qual é o custo de vida nas principais cidades canadenses? Se a sua resposta foi não, então confira abaixo o material que a 3RA Intercâmbio e a Immi Canada prepararam para você.  Quatro convidados de diferentes cidades – Vancouver, Toronto e Winnipeg – compartilharam as suas experiências e responderam às principais dúvidas de nossos clientes.

Perfil dos participantes:

Mônica Cândido: Mônica chegou em Toronto há dois anos com o marido. O plano inicial era ficar apenas por seis meses para estudar inglês. Porém, um pouco depois de desembarcar, se apaixonaram pela cidade e não quiseram mais voltar. “Meu marido acabou indo fazer um College porque era a solução mais rápida no momento”, contou.

Jéssica Vieira e Rodrigo Susnara: Chegaram em Winnipeg em Julho de 2014. Jéssica veio para estudar Business Administration em um curso de dois anos no Red River College. Já Rodrigo veio acompanhando a esposa com o visto aberto de trabalho. “Nós estamos gostando muito, está sendo uma experiência maravilhosa. Fizemos uma longa pesquisa até escolher Winnipeg. Queríamos algo com um bom custo benefício e ao comparar o valor das universidades, a instituição estava com um custo ligeiramente mais barato do que as instituições de Toronto e Vancouver”, disse Jéssica.

Maythe Panar: Chegou a Vancouver há dois anos e está estudando na Langara. O marido tem o open work permit. “Estou estudando muito e sem a menor intenção de voltar ao Brasil. Sou graduada em Nutrição no Brasil, trabalhei na área e quando vim para o Canadá acabei vendo uma oportunidade de começar de novo e fazer algo que tenho uma paixão grande, que é a escrita. Então decidi me arriscar no curso de escrita criativa”, falou.

2) Quanto tempo os convidados demoraram para conseguir o primeiro emprego no Canadá?

Mônica Cândido: “Na verdade, como chegamos para estudar apenas seis meses, nós gastamos três meses apenas passeando, conhecendo Toronto, porque não tínhamos muito tempo. Porém, decidimos ficar. E só então fomos procurar emprego e consegui logo depois. No início só eu trabalhei, porque meu marido estava se dedicando aos estudos. Logo depois ele começou a trabalhar também”.

Rodrigo: “Minha experiência é um pouco diferente porque cheguei aqui sem falar inglês. Sou publicitário, mas por mais que eu tenha a formação, sem o inglês não dá para conseguir nada. Nós chegamos em Winnipeg em Julho, tiramos o primeiro mês para adaptar, e comecei a procurar emprego em agosto. E em menos de um mês comecei a trabalhar em um restaurante famoso aqui da cidade. Iniciei como dishwasher e ao longo desses quase dois anos, fui estudando inglês e hoje em dia estou em um cargo de supervisão”.

Maythe Panar: “Eu fiz o pathway da Langara e depois entrei direto para o curso. Meu marido é da área de TI, então é uma exceção, mas ele levou 15 dias para arrumar emprego na área dele”.

3) Qual a média de gastos mensais em cada cidade?

Maythe (gastos para o casal) – Vancouver: “Eu moro em Downtown, West End, então gasto cerca de $ 1200 com aluguel, que já inclui água, aquecedor, IPTU e condomínio. De energia elétrica nós gastamos normalmente $ 16  e cerca de $ 20 quando recebemos visitas. De internet, são $ 78 e $ 91 de transporte. Já o supermercado fica em torno de $ 400 por mês. É um custo relativamente baixo se comparado com o que tínhamos em São Paulo. No total gastamos menos de $ 2 mil”.

Jéssica e Rodrigo (Winnipeg): “Assim que nós mudamos para Winnipeg, tínhamos um orçamento mais apertado. Nosso estilo mudou muito, pois agora já moramos em um apartamento melhor, em um bairro melhor, com academia no prédio e tudo mais. Mas vou passar o nosso aluguel anterior que é mais a média que o pessoal paga. Quando chegamos gastávamos $ 878 de aluguel, com água e aquecimento inclusos. Pagamos $ 20 de eletricidade e gastamos cerca de $ 350 por mês com supermercado. Internet custa cerca de $ 65 e celular nós gastamos $ 150 os dois juntos. Como temos carro, ainda pagamos $ 140 do seguro do carro e mais $ 80 de gasolina. Portanto, nosso gasto gira em torno de $ 1800”.

Mônica Cândido (Toronto): “Quando a gente chega, não tem como alugar um super lugar para morar. Conforme você vai trabalhando, o tempo vai passando, você vai podendo gastar um pouquinho mais. Quando eu cheguei, fiquei em Homestay por um mês para poder pesquisar um lugar legal para ficar. De início aluguei um basement, que é um tipo de moradia mais barata. Agora as coisas começaram a acontecer. Hoje eu pago $ 1300 em um apartamento do lado do metrô, com dois dormitórios e muito bem localizado. É tudo incluso, exceto internet, que pago $ 70. Fora isso gasto cerca de $ 400 mensais com supermercado. Ou seja, $ 2 mil dá para cobrir tudo”.

De acordo com o diretor educacional da 3RA Intercâmbio, existem dois grandes custos no Canadá: o de vida e o da faculdade. “No geral, a faculdade custa cerca de $ 12 mil por ano em Winnipeg, $ 15 mil em Toronto e $ 17 em Vancouver. Claro que existem exceções, mas no geral é mais ou menos isso. Quanto ao custo de vida, acho que ele se encaixa com o que se ganha aqui”, destacou.

4) Como funciona o plano de saúde? Quanto é?

Segundo Francisco Zarro, em Vancouver, o plano de saúde do governo é pago e custa cerca de $ 130 para o casal. Um família de até cinco pessoas paga $150. Em Toronto, o plano é gratuito. Porém estudante não tem direito a esse benefício. “Mas você pode fazer um particular, que é praticamente o mesmo preço do público aqui de Vancouver e a partir de quando você ou o cônjuge conseguirem um emprego full-time e cumprirem todas as regras, vocês podem aplicar para o gratuito”, disse. Já em Winnipeg, a partir do momento que você entra na província, você tem acesso gratuito ao plano de saúde do governo.

5) Como está o processo dos convidados para a residência permanente?

Jéssica e Rodrigo (Winnipeg): “Nós vamos aplicar pelo programa provincial de Manitoba. Na verdade, estamos juntando todos os documentos, preenchendo as fichas etc”, disseram. De acordo com Celina Hui, a província de Manitoba tem uma vantagem: “Qualquer tipo de trabalho, não importa se é high ou low skill, pode dar direito a aplicar pro processo de residência. Você precisa ter seis meses de trabalho full-time e uma carta do empregador. Depois disso você já pode dar entrada”, explicou.

Mônica (Toronto): “Estamos na fase de validação do diploma e agora vamos fazer o teste de inglês para aplicar logo em seguida”. Segundo Celina Hui, a existe uma grande possibilidade para ela. “Falta apenas a prova de proficiência. A Mônica trabalhou um ano em NOC B, então ela tem 50 pontos. Agora só correr para dar entrada”, disse.  

Maythe (Vancouver): Nós já recebemos o convite do PNP para receber os 600 pontos e agora estamos esperando. Também vamos aplicar pelo provincial.

6) Comparação entre os gastos no Canadá e no Brasil

Mônica (Toronto): “Eu acho que aqui no Canadá, conforme você vai trabalhando, você vai conseguindo pagar suas contas. Claro que vai depender das oportunidades que você terá por aqui. No entanto, as coisas vão acontecendo e se encaixando. Tendo qualquer trabalho no Canadá, eu acredito que as contas vão fechando. No Brasil você tem mais dificuldade de se estabelecer, de pagar suas contas. É isso que eu percebi”.

Jéssica (Winnipeg): “Dizem que Winnipeg tem um dos salários mínimos mais altos do Canadá, mas temos uma das taxas mais altas também. Todo salário que você recebe, o governo come uma parte do salário. Porém, aqui recebemos esse dinheiro de volta. Toda vez que você declara o imposto, você recebe esse dinheiro de volta. Diferente do Brasil, o salário mínimo aqui é digno, é justo, ele deixa você viver, não apenas sobreviver. No Brasil nem isso está dando”.  

7) O que considerar na hora de escolher a cidade?

De acordo com Francisco, ao fazer essa escolha, o ideal é analisar todas as características de cada uma e ver em qual você se encaixa mais. “Basicamente, a diferença de custo inicial vai ser mais o da educação, os outros custos vão acabar sendo praticamente os mesmos. Então analise a sua faculdade, o mercado de trabalho, a cidade… Algumas áreas são muito fortes em Winnipeg, mas em alguns casos, a maior empregabilidade e os melhores salários não vão estar ali. É preciso analisar tudo com cuidado”.

8) Quanto se gasta com academia?

Rodrigo (Winnipeg): Neste apartamento que estamos morando agora, o prédio tem academia. Então acaba que não gastamos com isso. Mas em geral paga-se em um plano básico em torno de $ 50 a $ 70 por mês, mas isso não inclui o instrutor. Se você quiser um profissional que faça sua série e cuide da sua alimentação você tem que pagar a mais. Neste caso, o valor total seria cerca de $ 90 ou $ 95 por mês. Mas as academias sempre tem planos anuais, então você pode pagar um plano mais em conta.

Maythe (Vancouver): Nós vamos muito no Centro Comutário. Normalmente o valor é $ 50 por mês e há a possibilidade de pagar por aula. A aula de yoga, por exemplo, é $ 6.

Mônica (Toronto): Nós também temos centro comunitário. O valor é mais ou menos o mesmo de Vancouver para as aulas separadas, mas aqui você pode pagar por trimestre e o valor é $ 45. Eu não tenho plano de academia porque aqui tem muito parque. Mas sei que é possível encontrar academias que fazem planos de cerca de $ 15 o mês.

9) Os vistos estão sendo negados com frequência?

Segundo Celina Hui, os oficiais ficaram mais rigorosos. “Há uns três meses eu já tinha feito um vídeo sobre as negativas de visto que estavam acontecendo. Na época, nós percebemos os oficiais bem mais rigorosos e é a realidade. Nesse momento, as coisas já voltaram, o índice de negativas está o mesmo”, disse.

Segundo Francisco, a imigração muda com frequência e é preciso se adaptar. “Quando as coisas começaram a mudar, o pessoal da Immi começou a analisar o que tinha mudado nas exigências da imigração e aí nós passamos a fazer a programação educacional de uma forma diferente. A Immi também se adaptou à nova realidade que a imigração apresentou”, falou.

10) Conselhos para quem ainda está no Brasil.

Jéssica: “O primeiro conselho que eu daria é não desistir. Eu sempre quis morar fora, e eu demorei pra vir. Fiquei três anos só no planejamento. No início parece algo muito distante. No nosso caso, o maior problema era dinheiro. Porém, com um bom planejamento, nós conseguimos. É preciso fazer alguns esforços, se privar de algumas coisas, mas no final vale a pena. Basta colocar tudo na ponta do lápis e nunca contar com o menor orçamento possível, pois imprevistos podem acontecer. Tem que contabilizar todos os custos, não pode esquecer de nada”.

De acordo com Francisco, a programação financeira é um ponto muito importante. “A maioria das pessoas que vem para o Canadá conseguem se sustentar com o que ganham aqui. Porém, é muito complicado se sustentar e pagar a faculdade ao mesmo tempo. Não conte com o dinheiro que vai ganhar aqui para pagar a faculdade”, finalizou.

Mônica: “Concordo totalmente. Quem puder vir com a segurança da família para qualquer emergência também é muito bom. Sempre falo que minha mãe foi uma das pessoas mais responsáveis por eu estar aqui, principalmente a parte emocional. A dica que eu dou é sonhar muito, acreditar, mas ter sempre o pé no chão. Pesquise muito, faça perguntas, não desista”, falou.

Maythe: “A minha dica é exatamente o que já foi falado anteriormente. O College é o maior gasto e nas outras coisas nós conseguimos economizar se for preciso. Supermercado, aluguel… mas no College não. Tem que ter tudo muito bem planejado. Não dá para vir com aquele dinheiro certinho. Tem que ter algo guardado”, finalizou.

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